quinta-feira, 24 de junho de 2010

A Desgraçadinha...


No “Romanceiro Popular Português” encontrámos esta “pérola”:

A FILHA DO ARIOGA

A filha do Arioga tinha lindas jóias de ouro

Foi na ponte do Pocinho que ela se deitou ao Douro.

Ela trazia-a fisgada para se matar num instante

Por causa de não a deixarem casar com um caixeiro viajante.

Ela trazia-a fisgada para beber uma dosa

Para deixar a mãe livre deixa a tia criminosa.

Venha daí minha tia comigo a passear

Será a última hora que me vem à acompanhar.

Ao subir da calçadinha três pancadas deu na porta

Venha ver a sua filha que por pouco não está morta.

As cartas do seu amor tràzi-as entre o colete

Eram cartas e retratos e também eram bilhetes.

2 comentários:

Júlia Ribeiro disse...

Esta filha do Arioga era mesmo "uma esgraçadinha" !
E os ceguinhos cantaram o seu "triste fado" .
São precisos lenços...

Anónimo disse...

“Julgo já ter ouvido uma história relacionada com o suicídio de uma rapariga que se deitou abaixo da ponte do Pocinho, mas não era filha do Arioga, mas de alguém com nome parecido.

Coitadinha! Como foi mesmo? Contem pormenores...
Valeu-lhe muito matar-se por amor!
E já agora, quantos corações teria esse caixeiro viajante despedaçado?”.
Conceição Salgado