Alguns excertos(cont.):
“ O Sr. Padre Rebelo foi registando em letra de forma, ao longo da sua vida, tudo o que foi encontrado de interesse em Trás-os-Montes e Alto Douro e mostrava-me esses registos, quase todos eles repletos de anotações, feitas à mão, nas margens do texto. O Sr. Padre Rebelo gostava de partilhar os saberes, não os guardava egoisticamente para si.”
(Padre Rebelo, o homem, o colega e o mestre –António Pimenta de Castro)
“Ao asseverar a sua despolitização, o autor (Campos Monteiro) não fez mais do que reafirmar a defesa de uma sociedade contrária àquela que caracterizou a Primeira República. Não teve, todavia, tempo de vida suficiente que lhe permitisse olhar, criticamente, a ideologia. A que estruturou o chamado Estado Novo”
(Campos Monteiro, uma leitura—J. Ricardo)
“ O livro de Campos Monteiro (Ares da Minha Serra), não sendo de grande qualidade literária, respeitando embora os cânones da época, tem, no entanto, uma virtude única: dá-nos a conhecer não só o linguajar, bem como a topografia e os costumes de Moncorvo nos princípios do século passado”.
(Ares da Minha Serra—Rogério Rodrigues)
“Muito haveria a dizer sobre o impacto da realização das obras na região, mas tal caberá no âmbito de um estudo sociológico aprofundado e que, inclusivamente, poderá trazer à lembrança episódios dignos de registo. Poderá invocar-se o paralelismo com a situação que se poderá observar ao caso da construção do Aproveitamento do Baixo Sabor”
(Pocinho 1976-1983.Memórias de uma barragem—Ramiro Salgado)
“Na realidade esta fase da história das minas de Moncorvo, que já leva cerca de 130 anos, apenas conheceu um fugaz momento, entre 1951 e 1959, de exploração a sério, com alguma sustentabilidade, envolvendo grandes contingentes de pessoal e de máquinas, sem grandes sobressaltos e com expectativas de continuidade. Não durou 10 anos.”
(A odisseia do ferro de Moncorvo até à Ferrominas –Nelson Campos)
“A questão religiosa na I República, aparte da participação portuguesa na Guerra de 1914, da pneumónica e do revivalismo católico de Fátim, terá sido uma das causas maiores para a queda e falência do generoso ideário do regime republicano”.
(A questão religiosa e Afonso Costa –Rogério Rodrigues)
“ Em 10 de Dezembro de 1908, o jornalista, panfletário e historiador João Chagas, em memorável carta ao rei D. Manuel aproveitando a ocasião da sua viagem ao Norte, a dada altura pergunta: Quem foi o Buiça? Responde: O Buíça, meu príncipe, foi – a Fatalidade”.
(Buíça, um apelido perigoso—Armando Fernandes)
“À medida que as visitas se foram sucedendo, com meses de intervalo e correspondência trocada, Berta foi desenvolvendo uma relação ambígua, quase protectora em relação a Abel Olímpio. Quando o Dente de Ouro adoeceu, chegou a oferecer-se para lhe pagar o tratamento médico em troca de informações. No entanto, foi só quando Berta ameaçou contar tudo à mãe de Abel, ainda viva em Torre de Moncorvo e ignorante das malfeitorias do filho que este aceitou confessar”
(O Vilão de Moncorvo---Tiago Rodrigues)
“Em 2010, o projecto colectivo continua de pé, apesar de nos sentirmos condicionados pela disponibilidade limitada e alguns actores, com vidas profissionais nem sempre conciliáveis com amor à arte de Telma”
(Moncorvo tem Alma do Ferro—Américo Monteiro)